sexta-feira, 25 de julho de 2014

Como os antioxidantes aceleram o câncer


Antioxidantes aceleram câncer - e não protegem contra o câncer
Ensaios clínicos de suplementos antioxidantes têm repetidamente frustrado as esperanças dos consumidores que os ingerem na esperança de reduzir o risco de câncer. [Imagem: CSHL]


Mito dos antioxidantes
Há décadas, pessoas de todo o mundo conscientes da importância da própria saúde têm tomado suplementos de antioxidantes e preferido alimentos ricos em antioxidantes, acreditando ser este um dos caminhos para uma boa saúde e uma vida longa.

No entanto, ensaios clínicos de suplementos antioxidantes têm repetidamente frustrado as esperanças dos consumidores que os ingerem na esperança de reduzir o risco de câncer.

Praticamente nenhum desses ensaios conseguiu demonstrar qualquer efeito protetor dos antioxidantes contra o câncer.

De fato, em vários estudos, a suplementação com antioxidantes tem sido associada com aumento das taxas de certos tipos de câncer. Em um ensaio, fumantes que tomavam beta-caroteno apresentaram taxas de incidência de câncer de pulmão maiores, e não menores.

Um novo argumento contra esse "mito dos antioxidantes" vem agora em um artigo no The New England Journal of Medicine, escrito pelos doutores David Tuveson (Cold Spring Harbor Laboratory) e Navdeep Chandel (Universidade de Northwestern).

No artigo, a dupla explica por que os suplementos antioxidantes não estão reduzindo o desenvolvimento de câncer, e por que os antioxidantes podem realmente fazer mais mal do que bem.

Oxidantes e antioxidantes nas células
As explicações dadas pelos pesquisadores são baseadas em avanços recentes na compreensão do sistema nas nossas células que estabelece um equilíbrio natural entre os compostos oxidantes e antioxidantes.

Estes compostos estão envolvidos nas chamadas reações redox (redução e oxidação), essenciais para a química celular.

Oxidantes como o peróxido de hidrogênio são essenciais em pequenas quantidades e são fabricados dentro das células. Não há controvérsia quanto a que os oxidantes são tóxicos em grandes quantidades, e as células geram naturalmente os seus próprios antioxidantes para neutralizá-los.

Assim, pareceu lógico para muitos cientistas defenderem o aumento na ingestão de antioxidantes para combater os efeitos do peróxido de hidrogênio e outras igualmente tóxicas "espécies reativas de oxigênio" - radicais livres, ou ROS, como são chamadas pelos cientistas.

Ainda mais que se sabe que as células cancerosas produzem níveis elevados de radicais livres para ajudar a alimentar seu crescimento anormal.

Leia mais em:  www.diariodasaude.com.br

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Airbags marítimos evitam que navios afundem

Airbags para navios
Os airbags marítimos vão inflar dentro dos tanques de lastro. O casco duplo encareceria muito o custo do navio. [Imagem: SuSy Project]
Boias antiafundamento
Airbags automotivos funcionam como almofadas que amortecem o impacto dos ocupantes de um carro durante uma batida.
Engenheiros europeus pegaram o conceito emprestado e o adaptaram para uma finalidade inusitada: evitar que navios afundem, ou pelo menos, dê tempo para que os passageiros desembarquem ou a carga seja retirada.
A ideia é, em caso de acidente, inflar rapidamente boias que retardem ou evitem que a embarcação aderne ou afunde.
"Nosso desafio era produzir enormes quantidades de gás a partir de pequenos cartuchos, para ser liberado rapidamente em dispositivos infláveis," conta Reinhard Ahlers.
Ahlers é coordenador do projeto SuSy - Surfacing System for Ship Recovery, sistema de flutuação para recuperação de navios, em tradução livre -, financiado pela União Europeia, e que realizou os primeiros testes no porto de Chalkida, na Grécia.
Airbag para navio
Os engenheiros compararam diversas abordagens para fazer um navio acidentado flutuar, o que incluiu balões de ar e diversos tipos de flutuadores infláveis, colocados dentro ou fora do navio ou dentro dos tanques de lastro.
A proposta considerada mais eficiente consiste em pequenos airbags incorporados ao longo de todo o casco do navio, o que evita perdas de espaço útil e protege o sistema contra danos acidentais, sobretudo nas manobras de atracamento e carga e descarga.
Contudo, isso implica na construção de um casco duplo, o que encareceria muito o custo do navio e dificultaria a inspeção periódica do sistema.
A equipe então optou por colocar os balões infláveis dentro dos tanques de lastro, o que garantiu a flutuabilidade das embarcações de teste mesmo no caso de danos físicos que causam grandes aberturas no casco.
Apesar dos bons resultados, a equipe admite que o sistema ainda não está pronto para uso.
Uma das melhorias desejáveis é um controle no sistema de vazão do gás. Ao contrário dos airbags automotivos, cuja eficiência depende da rapidez de seu enchimento, os airbags marítimos funcionariam melhor com um controle preciso de vazão, que garanta que as boias encherão apenas na medida exata da necessidade.

Base lunar da China é testada com sucesso na Terra

Base lunar da China é testada com sucesso na Terra
O sistema de suporte de vida biorregenerativo será testado primeiro na Estação Espacial Chinesa, e depois na Lua e em Marte. [Imagem: CNSA]

Palácio Lunar
A Agência Espacial Chinesa divulgou o término com sucesso do primeiro teste de longa duração do protótipo de uma estação espacial lunar.
Três pesquisadores da Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Pequim passaram 105 dias em isolamento no interior da construção, chamada Palácio Lunar (Lunar Palace 1 ouYuegong-1).
A instalação é composta por três módulos, com um volume interno de 500 metros cúbicos e ocupando uma área de 160 metros quadrados.
A astrobase inclui uma sala de estar, sala de trabalho, dormitório, um banheiro e instalações para cultivo de plantas e criação de animais (minhocas), coleta de resíduos e reprocessamento dos rejeitos e da água.
Ainda que a designação "Palácio Lunar" possa parecer adequada, o termo PALACE também é uma sigla para Permanent Astrobase Life-support Artificial Closed Ecosystem, ou astrobase permanente com suporte de vida por ecossistema fechado artificial, em tradução livre.
Suporte de vida biorregenerativo
Base lunar da China é testada com sucesso na Terra
Projeto da primeira colônia chinesa na Lua. [Imagem: CNSA]
Os pesquisadores chineses, que chamam a principal tecnologia usada na instalação de "suporte de vida biorregenerativo", apressaram-se em diferenciar o seu ecossistema artificial fechado do projeto Biosfera, feito nos Estados Unidos sem grande sucesso.
Segundo o professor Liu Hong, um dos idealizadores do projeto, enquanto a Biosfera tentou reproduzir o ecossistema terrestre inteiro, o Lunar Palace é voltado para reproduzir o "ecossistema humano", ou seja, um ambiente que permita a vida de um grupo de seres humanos por um tempo determinado.
Por exemplo, uma parte da alimentação dos três pesquisadores - sobretudo carne - foi fornecida de fora. Mas eles cultivaram 15 plantas, incluindo milho, soja, amendoim, lentilha, pepino e morango. A principal fonte de proteína veio de minhocas criadas no interior da estação, que são desidratadas para serem ingeridas.
As plantas foram também a principal fonte de oxigênio na estação, permitindo que o oxigênio disponível para os três tripulantes fosse reposto três vezes durante os 105 dias do teste.
Base lunar da China é testada com sucesso na Terra
A tripulação do teste de 105 dias foi formada por duas mulheres - Xie Beizhen e Wang Minjuan - e um homem - Dong Chen -, todos pesquisadores da Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Pequim. [Imagem: CNSA]
A água é reciclada e os dejetos humanos são processados por biofermentação. Os restos de alimentos e dos vegetais foram reprocessados para virar adubo e ajudar no cultivo das plantas, que receberam uma iluminação especial feita com LEDs.
Os responsáveis pelo projeto não divulgaram o consumo de energia do Palácio Lunar, uma informação crucial para sua viabilidade no espaço.
Lua e Marte
Antes de serem usadas para construir uma base na Lua, as tecnologias desenvolvidas no Palácio Lunar serão testadas em órbita da Terra, a bordo da estação espacial chinesa - que se chama "Palácio Celestial" (Tiangong).
"O sucesso do experimento lança fundações sólidas para os testes de demonstração do CELSS [sistema de suporte de vida ecológico controlado] na estação espacial da China, que será útil para os astronautas chineses obterem legumes frescos, melhorando suas condições de vida e aliviando seu estresse mental," afirma nota da CMSE (China Manned Space Engineering).
A nota afirma também que o suporte de vida biorregenerativo será utilizado no futuro na instalação de uma base na Lua e para a exploração de Marte

Atlas digital traz cenários climáticos futuros para o Brasil


Atlas digital traz cenários climáticos futuros para o Brasil

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) disponibilizou um atlas digital dos cenários climáticos projetados para o Brasil no quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
[Imagem: Embrapa]
Os mapas climáticos apresentados no atlas trazem temperatura média do ar (mínimas, médias e máximas), precipitação pluvial, umidade relativa do ar e duração do período de molhamento foliar para o país.
São 504 mapas mensais, abrangendo o clima de 1961 a 1990 (período de referência).
As simulações para os períodos de 2011 a 2040, 2041 a 2070 e 2071 a 2100 contemplam dois cenários de emissão de gases de efeito estufa calculados pelo IPCC, um otimista (chamado B1) e um pessimista (A2).
O atlas digital pode ser acessado no endereço:
www.cnpma.embrapa.br/climapest/atlasdigital4r/ 
ou baixado no endereço:
www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/979893/1/AtlasDigital4R.zip.

Cidade do México planeja prédios subterrâneos

Cidade do México planeja prédios subterrâneos
Um dos prédios subterrâneos projetados para a Praça da Constituição, na Cidade do México. [Imagem: BNKR Arquitectura]
Crescendo para baixo
De fora, eles se parecem como três grandes cones de vidro enterrados na terra. Mas são a entrada de luz e ar para um shopping subterrâneo gigante no oeste da Cidade do México.
Este é um dos novos projetos que pretendem ser uma alternativa para controlar o tamanho de uma das maiores cidades do mundo: a construção de prédios sob a terra.
Construções subterrâneas podem ser uma alternativa para a Cidade do México, cuja área de 1.495 quilômetros quadrados tem poucas regiões ainda disponíveis para ocupação.
"Acho que é um absurdo crescer horizontalmente. A cidade tem crescido a tais dimensões que as pessoas que tentam chegar a seus trabalhos levam duas ou três horas. É realmente um absurdo," disse Francisco Montes de Oca, diretor da Arquitectoma, empresa que desenvolveu projetos de prédios subterrâneos.
Rasgando a terra
Um dos projetos mais polêmicos se chama Rascasuelos, e consiste em construir uma pirâmide invertida de 65 pisos subterrâneos para abrigar escritórios e lojas sob a principal praça do país, a Zócalo, na capital mexicana.
A pirâmide teria um vazio no espaço central para permitir a circulação de ar e a entrada de luz natural, apesar de toda a estrutura planejada ser de concreto para conter a pressão da terra.
A obra tem custo estimado de US$ 769 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) e foi projetada pelo grupo Bunker Arquitectura.
O prédio está na fase de projeto, mas sua apresentação pública causou polêmica, pois a área onde planeja-se sua construção foi o coração de Tenochtitlán, a capital do povo asteca, que foi construída dentro de um lago.
Sob a Zócalo, existem vestígios da cultura pré-hispânica. À margem da praça, estão alguns dos edifícios mais antigos e emblemáticos do México. É, também, uma zona muito vulnerável a tremores.
Os responsáveis pelo Rascasuelos, no entanto, afirmam que o projeto não afetará a região e que a técnica de construção prevê o risco dos movimentos de terra.
No centro da Cidade do México, existem normas para restringir o tamanho de arranha-céus. Mas os limites são diferentes para aqueles sob a terra.
Cidade do México planeja prédios subterrâneos
[Imagem: BNKR Arquitectura]
Cones de luz e ar
O centro comercial Garden Santa Fe já está pronto e foi construído em um parque quase abandonado e frequentemente usado como estacionamento de veículos.
Foram utilizadas técnicas de construção nas quais um muro de concreto é construído em torno da escavação para evitar deslizamentos de terra.
Os cones de vidro visíveis a partir da superfície permitem a entrada de ar e luz solar, o que reduz significativamente a iluminação artificial e, portanto, reduz o consumo de energia, dizem os empreendedores.
Além disso, manteve-se um parque com jardins e árvores na superfície. Sob ele, são 65 mil metros quadrados de área construída, em seis níveis: dois para lojas e quatro para estacionamentos.
Peixes sob a terra
A razão principal pela qual o Aquário Inbursa foi construído sob a terra é que o seu proprietário, o Grupo Carso, não queria que nada atrapalhasse a vista do Museu Soumaya, onde é exibida a coleção particular do proprietário da empresa, que inclui obras de Rodin, Salvador Dalí e Tintoretto, entre outras.
Mas também foi uma decisão prática: o terreno disponível para construí-lo não teria espaço para abrigar 1,7 milhões de litros de água do mar, 230 espécies diferentes, 500 exemplares e todas as instalações necessárias para mantê-los.
Assim, o complexo localizado no noroeste da Cidade do México foi desenvolvido em quatro níveis a 25 metros abaixo da terra.
O passeio dos visitantes inicia-se no terceiro subsolo, onde estão as espécies que vivem em maior profundidade.
A construção é cercada por um muro para evitar deslizamentos e movimentos do terreno - a alguns metros dali, há uma área de circulação de trens cargueiros.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

O desabafo de Romário

"Ladrões, corruptos e quadrilheiros!". Campeão mundial e principal jogador na campanha do tetracampeonato, Romário detonou a organização do futebol brasileiro após a humilhante eliminação na Copa do Mundo de 2014

Após a goleada histórica sofrida pelo Brasil diante da Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo, o ex-jogador e deputado federal Romário desabafou. Através das redes sociais, afirmou que José Maria Marin, presidente da CBF, e seu vice e sucessor eleito, Marco Polo Del Nero, deveriam estar na cadeia. O parlamentar fez duras críticas à corrupção e à gestão no futebol brasileiro, e falou em “falência” do esporte no país.

“Passado o luto das primeiras horas seguidas da derrota, vamos ao que verdadeiramente interessa! Quem tem boa memória, vai lembrar da minha frase: Fora de campo, já perdemos a Copa de goleada!

Infelizmente, dentro de campo, não foi diferente.

Ontem foi um dia muito triste para nosso futebol. Venceu o melhor e ninguém há de questionar a superioridade do futebol alemão já há alguns anos. Ainda assim, o mundo assistiu com perplexidade esta derrota, porque nem a Alemanha, no seu melhor otimismo, deve ter imaginado essa vitória histórica.

Porém, se puxarmos da memória, vamos lembrar que nossa seleção já não vinha apresentando nosso melhor futebol há muito tempo. Jogamos muito mal. Infelizmente, levamos sete e, por mais que isso cause mal-estar, devemos admitir que a chuva de gols foi apenas reflexo do pânico, da incapacidade de reação dos nossos jogadores e da falta de atitude do treinador de mudar o time.

Vivemos uma crise no nosso esporte mais amado, chegamos ao auge dela. Acha que isso é problema só dos jogadores ou do Felipão? Nem de longe.

Nosso futebol vem se deteriorando há anos, sendo sugado por cartolas que não têm talento para fazer sequer uma embaixadinha. Ficam dos seus camarotes de luxo nos estádios brindando os milhões que entram em suas contas. Um bando de ladrões, corruptos e quadrilheiros!

O meu sentimento é de revolta.

Estou há quatro anos pregando no deserto sobre os problemas da Confederação Brasileira de Futebol, uma instituição corrupta gerindo um patrimônio de altíssimo valor de mercado, usando nosso hino, nossa bandeira, nossas cores e, o mais importante, nosso material humano, nossos jogadores.

Porque não se iludam, futebol é negócio, business, entretenimento e move rios de dinheiro. Nunca tive o apoio da presidenta do País, Dilma Rousseff, ou do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Que todos saibam: já pedi várias vezes uma intervenção política do Governo Federal no nosso futebol.

Em 2012, eu apresentei um pedido de CPI da CBF, baseado em um série de escândalos envolvendo a entidade, como o enriquecimento ilícito de dirigentes, corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e desvio de verba do patrocínio da empresa área TAM.

O pedido está parado em alguma gaveta em Brasília há dois anos. Em questionamento ao presidente da Câmara dos Deputados, sr. Henrique Eduardo Alves, mas ouvi como resposta que este não era o melhor momento para se instalar esta CPI. Não concordei, mas respeitei a decisão. E agora, presidente, está na hora?

Exceto por um vexame como o de ontem, o Brasil não precisaria se envergonhar de uma derrota em campo, afinal, derrotas fazem parte do esporte. M

as vergonha mesmo devemos sentir de ter uma das gestões de futebol mais corruptas do mundo. A arrogância dessa entidade é tão grande que até o chefe da assessoria de imprensa chega ao absurdo de bater em um atleta de outra seleção, como fez o Rodrigo Paiva contra um jogador do Chile Pinilla. Paiva pegou quatro jogos de suspensão e foi proibido de acessar o vestiário dos jogadores. Este ato foi muito simbólico e diz muito sobre eles.

O presidente da entidade, José Maria Marin, é ladrão de medalha, de energia, de terreno público e apoiador da ditadura. Marco Polo Del Nero, seu atual vice, recentemente foi detido, investigado e indiciado pela Polícia Federal por possíveis crimes contra o sistema financeiro, corrupção e formação de quadrilha. São esses que comandam o nosso futebol.

Querem vergonha maior que essa?

Marin e Del Nero tinham que estar era na cadeia! Bando de vagabundos!!!

A corrupção da CBF tem raízes em todos os clubes brasileiros, vale lembrar que são as federações e clubes que elegem há anos o mesmo grupo de cartolas, com os mesmos métodos de gestão arcaicos e corruptos implementados por João Havelange e Ricardo Teixeira e mantidos por Marin e Del Nero. Vale lembrar, que estes dois últimos mudaram o estatuto da entidade e anteciparam a eleição da CBF para antes da Copa.

Já prevendo uma possível derrota e a dificuldade que eles teriam de se manter no poder com um quadro desfavorável.

E os clubes? Sim, eles também são responsáveis por essa crise. Gestões fraudulentas, falta de investimento na base, na formação de atletas.

Grandes clubes brasileiros estão falindo afogados em dívidas bilionárias com bancos e não pagamentos de impostos como INSS, FGTS e Receita Federal.

E toda essa má gestão que tem destruído o nosso futebol, infelizmente, tem sido respaldada há anos pelo Congresso Nacional com anistias e mais anistia destes débitos. Este ano tivemos mais um projeto desses vexatórios para salvar os clubes.

Um projeto que previa que clubes pagassem apenas 10% de suas dívidas e investissem 90% restante em formação de atletas. Parece até deboche. Uma soma de aproximadamente R$ 4 bilhões ou muito mais, não se sabe ao certo.

Corajosamente, o deputado Otávio Leite, reconstruiu o texto e apresentou uma proposta honesta estruturada em responsabilidade fiscal, parcelamento de dívidas e a criação de um fundo de iniciação esportiva, com obrigações claras para clubes e CBF.

Em resumo, a nova proposta além de constituir a Seleção Brasileira de Futebol e o Futebol Brasileiro como Patrimônio Cultural Imaterial – obrigava a CBF a contribuir com alíquota de 5% sobre as receitas de comercialização de produtos e serviços proveniente da atividade de Representação do Futebol Brasileiro nos âmbitos nacional e internacional.

O tributo também incidiria sobre patrocínio, venda de direitos de transmissão de imagens dos jogos da seleção brasileira, vendas de apresentação em amistosos ou torneios para terceiros, bilheterias das partidas amistosas e royalties sobre produtos licenciados.

O valor seria destinado a um fundo de iniciação esportiva para crianças e jovens de todo o Brasil. Esses e outros artigos dariam responsabilidade à CBF, punição à entidades e outros gestores do futebol, a CBF estaria sujeita a fiscalização do TCU e obrigada a ter participação de um conselho de atletas nas decisões.

Mas este texto infelizmente não foi para a frente. Sete deputados alemães fizeram os gols que desclassificaram nosso futebol e nos tirou a chance de moralizar nosso esporte. Estes deputados, como todos sabem, fazem parte da Bancada da CBF, mudei o nome porque Bancada da Bola é muito pejorativo para algo que amamos tanto.

Gosto de dar os nomes: Rodrigo Maia (DEM -RJ), Guilherme Campos (PSD-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), José Rocha (PR-BA) , Vicente Cândido (PT-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Valdivino de Oliveira (PSDB-GO).

Essa partida ainda pode ser revertida com a votação do projeto no Plenário da Câmara. Será que esses sete deputados voltarão a prejudicar o nosso futebol?

O futebol brasileiro tomou uma goleada e a derrota retumbante, infelizmente, não foi só em campo. Nem sequer tivemos o prazer de jogar no Maracanã, um templo do futebol mundial, reformado ao custo de mais de R$ 1 bilhão. Acha que foi porque não chegamos a final?

Não. Poderíamos ter jogado qualquer outro jogo lá. A resposta disso é ganância e arrogância.

 É a CBF que escolhe onde o Brasil vai jogar, mas, obviamente, poderia ter tido interferência do Ministério do Esporte e da presidência da República, mas nenhum destes se manifestou. Quem levou com essas escolhas?
Para fechar com chave de ouro, a CBF expulsou do vestiário Cafú, capitão de seleção do pentacampeaonato. Cafú foi expulso do vestiário enquanto cumprimentava os jogadores ontem.

Este é o retrato do nosso futebol hoje, não honramos a nossa história.

Dilma tem sim que entregar a taça para outra seleção. Este gesto será o retrato do valor que ela deu ao nosso futebol nos últimos anos!

Eles levarão a taça e nós ficaremos com nossos estádios superfaturados e nenhum legado material, porque imaterial, mostramos para o mundo que com toda nossa dificuldade, somos um povo feliz”

www.pragmatismopolitico.com.br

domingo, 6 de julho de 2014