quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Quase 60% dos médicos formados são reprovados no Exame do Cremesp

O índice de reprovação dos 2.843 médicos recém-formados em São Paulo que prestaram o Exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) 2013 foi de 59,2%. 

O índice é maior que o de 2012, ano em que a prova se tornou obrigatória, quando 54,5% foram reprovados.

Apesar de obrigatório para conseguir a licença médica, o exame não tem caráter eliminatório

!!!!!!Isso significa que mesmo que o médico não passe na prova, ele ainda poderá exercer a medicina. !!!!!!!(??????)

"Infelizmente, o conselho ainda não pode negar o registro para quem não atinge o mínimo de 60% de acerto", diz Bráulio Luna Filho, diretor do Cremesp e coordenador do exame.

Bráulio aponta que há casos em que o registro é dado a alunos que acertaram apenas 17 das 120 questões de múltipla escolha, com cinco alternativas. 

"É vergonhoso e um grande absurdo. O exame deveria ser terminal, se o aluno passou, consegue a licença", diz.

Os índices são ainda mais baixos entre os alunos formados em faculdades privadas. Dos 2.843 que prestaram a prova, 1.942 são egressos de escolas particulares. Desses, 1.379 foram reprovados, um índice de 71%. 

"Nos Estados Unidos, o grau de reprovação da medicina como um todo é de menos de 10%. Lá, a avaliação é melhor. No Brasil, é médico quem pode pagar uma mensalidade", diz Luna Filho.

O Cremesp afirma que a prova realizada em São Paulo é bastante similar ao Revalida, avaliação que médicos formados no exterior precisam prestar para poder exercer a medicina no Brasil.

 "O Cremesp é da opinião de que deveria haver apenas uma prova, aplicada a todos os médicos formados aqui ou lá fora que queiram trabalhar no país", João Ladislau Filho, presidente do Cremesp.

Em 2013, dos 1.595 médicos que fizeram o Revalida apenas 109 foram aprovados. Em 2012, o exame aprovou 77 profissionais. 

"As duas avaliações são bastante parecidas no grau de dificuldade e na abordagem de temas gerais", diz Reinaldo Ayer de Oliveira, conselheiro do Cremesp.

OUTROS ESTADOS

A prova também foi realizada por 485 médicos formados em outros estados do país, que pretendem fazer residência médica ou exercer a medicina no estado de São Paulo. Destes, 350 foram reprovados, um índice de 72,2%.

De acordo com Luna Filho, o objetivo do conselho com a prova é ter em mãos um mecanismo de avaliação do ensino da medicina. 

"Precisamos saber se os médicos formados aqui sabem o básico, o essencial para exercer uma medicina segura."

O próximo passo é tentar melhorar a qualidade de ensino nas faculdades do estado. De acordo com Ladislau, o conselho tem câmaras técnicas que se dispuseram a ajudar as universidades a adequarem a grade curricular e os sistemas de avaliação. 

"Mas ainda há certa resistência", diz.

Teletrabalho: Trabalho em casa aumenta produtividade, diz OIT

Com informações da BBC - 30/03/2013

Trabalhar de casa, em vez de ter que ir ao escritório, pode não servir para todos os empregados ou empresas, mas pesquisas indicam que o trabalho remoto pode aumentar a produtividade e oferecer vantagens para os empregados, diz um artigo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O argumento dos autores do artigo, Jon Messenger e Laura Addati, é que a prática do chamado "teletrabalho" traz economias para empresas e melhora a satisfação dos empregados (ao permitir-lhes mais flexibilidade para cuidar da família e reduzir o tempo e dinheiro gastos em transporte).
Ganhos recíprocos
As conclusões do artigo - que segundo a OIT apresentam "fortes razões" para que as empresas ofereçam a possibilidade aos funcionários - se baseiam em uma compilação de cerca de 500 estudos sobre teletrabalho nos EUA feita pela consultoria Global Workplace Analytics.
Alguns desses estudos, dizem a consultoria, apontam que até dois terços dos entrevistados gostariam de trabalhar em casa; um terço inclusive escolheria o benefício em vez de um aumento salarial.
Entre os empregadores, os levantamentos indicam que o trabalho em casa ajudou a aumentar a retenção de funcionários e a reduzir despesas com faltas, demissões e contratações, bem como o tempo perdido com reuniões presenciais ineficientes.
Na empresa americana de telecomunicações AT&T, funcionários que ficam em casa chegam a trabalhar cinco horas a mais do que seus pares, dizem os estudos. Nas companhias Best Buy, British Telecom e Dow, trabalhadores remotos são entre 35% e 40% mais produtivos.
Caso Yahoo!
O debate sobre flexibilidade no trabalho ganhou combustível em fevereiro, quando a executiva-chefe do Yahoo!, Marissa Mayer, vetou que seus funcionários continuassem trabalhando de casa, alegando que a prática prejudicava a comunicação e a colaboração entre os funcionários.
De um lado, defensores do teletrabalho dizem que a medida pode ajudar uma empresa em situação complicada e "precisando de novas ideias", como definiu a revista Businessweek.
De outro, críticos dizem que o veto de Mayer é um retrocesso para pessoas que precisam de flexibilidade ou gastam muito tempo para ir e voltar do trabalho - e que veem o teletrabalho como uma conquista.
Ao mesmo tempo, há quem diga que a questão vai além: no Vale do Silício, onde ficam as sedes das principais empresas de tecnologia dos EUA, é comum que executivos trabalhem em casa, mas além de - e não em vez de - trabalharem turnos longos no escritório.
Teletrabalho no Brasil
No Brasil, o trabalho remoto aumentou, mas ainda está em "maturação", diz uma pesquisa divulgada em novembro passado pela consultoria em RH Robert Half. Nela, 64% das empresas pesquisadas declaram permitir algum tipo de trabalho remoto, ainda que esporadicamente e apenas para alguns cargos.
Mas só 52% das empresas têm de fato políticas e orientações para gerir o teletrabalho. E 92% dos diretores de RH entrevistados acham mais desafiador coordenar uma equipe remotamente do que presencialmente. Desafios
Essa e outras preocupações não são exclusivas do Brasil, sugere o artigo da OIT.
"Apesar de haver uma tendência de (favorecer o) trabalho em casa, e de a maioria dos gerentes dizer que confia em seus funcionários, um terço da gerência diz preferir ver suas equipes, para ter certeza de que elas estão trabalhando", aponta o texto.
Do lado dos funcionários, há também o temor de, ao ficar em casa, isolar-se dos colegas de trabalho e prejudicar o avanço de sua carreira.
Como trabalhar em casa
Por fim, muitos questionam: no caso de pais com filhos pequenos que queiram passar mais tempo com a família, dá mesmo para trabalhar em casa e cuidar de crianças simultaneamente?
Nesse caso, dizem Messenger e Addati, teletrabalhadores precisam ter um espaço em casa definido para o escritório e saber que "o trabalho à distância não é um substituto para creches ou cuidadores, ainda que ajude os pais a lidar com suas responsabilidades familiares".
Quanto ao temor de isolamento, a tecnologia é a solução, opina o artigo. "Com a lista de inovações disponíveis - videoconferências, mensagens instantâneas, e-mail e o bom e velho telefone -, combinadas com eventuais encontros cara a cara e instrumentos de monitoramento de performance, as vantagens do teletrabalho são fortes."
Essa defesa é reforçada por indícios que dizem que o teletrabalho favorece também funcionários deficientes, aposentados que queiram continuar trabalhando porém com menos estresse e empregados que, em vez de faltar para resolver problemas familiares, podem lidar com esses problemas sem perder um dia de trabalho.

Eletromagnon: o elo que faltava entre o "eletro" e o "magnetismo"

Com informações da TUWien

Eletromagnon: o elo que faltava entre o
Só recentemente um material multiferroico permitiu controlar o magnetismo usando eletricidade a temperatura ambientepela primeira vez.[Imagem: Ruhr Universitat]
Eletricidade e magnetismo são duas faces da mesma moeda - toda atecnologia atual, incluindo a eletrônica, é baseada na interação entre a matéria e o eletromagnetismo.
Ondas no espaço livre, como a luz ou a radiação de um telefone celular, sempre consistem tanto de um componente magnético quanto de um componente elétrico.
Na ciência dos materiais, contudo, efeitos elétricos e magnéticos têm sido geralmente estudados separadamente - há materiais com ordenamento magnético, que reagem a campos magnéticos, e há materiais com ordenação elétrica, que podem ser influenciados por campos elétricos.
Um ímã tem um campo magnético, mas nele não há campo elétrico. Um cristal piezoelétrico, por outro lado, pode gerar um campo elétrico, mas não um campo magnético. Ter os dois ao mesmo tempo parecia impossível.
"Normalmente, os dois efeitos são criados de maneiras muito diferentes. O ordenamento magnético surge quando os elétrons alinham seus momentos magnéticos, e a ordenação elétrica vem quando cargas positivas e negativas movimentam-se umas em relação às outras," explica o professor Andrei Pimenov, da Universidade de Tecnologia de Viena, na Áustria.
Eletromagnons
Contudo, em 2006, Pimenov encontrou indícios de excitações que pareciam ser baseadas simultaneamente nas ordenações elétrica e magnética.
Essas excitações, que ele batizou de "eletromagnons", ficaram meio no limbo, sendo contestadas por muitos outros cientistas.
Agora Pimenov finalmente conseguiu demonstrar seus eletromagnons na prática e de forma indiscutível.
Para isso, ele ligou e desligou os eletromagnons usando apenas um campo elétrico, em um material especial feito de disprósio, manganês e oxigênio (DyMnO3).
Eletromagnon: o elo que faltava entre o
Este foi o complexo aparato desenvolvido por Pimenov para demonstrar que suas suspeitas iniciais estavam corretas. [Imagem: TUWien]
Magnetoelétricos
Cada elétron tem uma orientação magnética que é ligeiramente distorcida em relação à dos elétrons adjacentes - por conseguinte, os elétrons criam espirais de momentos magnéticos.
Essa espiral magnética tem duas orientações possíveis - no sentido horário ou anti-horário - e, surpreendentemente, um campo elétrico externo pode fazê-la alternar entre essas duas possibilidades.
Nesses materiais magnetoelétricos, as cargas e os momentos magnéticos dos átomos estão conectados. E no óxido de manganês e disprósio essa ligação é particularmente forte: "Quando os momentos magnéticos oscilam, as cargas elétricas se movem muito," disse Pimenov.
Nesse material, os momentos magnéticos e as cargas elétricas tomam parte simultaneamente na excitação, e, por conseguinte, os dois podem ser influenciados por um campo externo único.
Pimenov afirma haver muitas ideias para futuras aplicações dos eletromagnons: onde quer que seja desejável combinar as vantagens dos efeitos magnéticos e elétricos, os novos materiais magnetoelétricos poderão ser usados no futuro.
Isto inclui novos tipos de amplificadores, transistores ou dispositivos de armazenamento de dados, além de sensores altamente sensíveis.
Bibliografia:

Electric Field Control of Terahertz Polarization in a Multiferroic Manganite with Electromagnons
A. Shuvaev, V. Dziom, Anna Pimenov, M. Schiebl, A. A. Mukhin, A. C. Komarek, T. Finger, M. Braden, A. Pimenov
Physical Review Letters
Vol.: 111, 227201
DOI: 10.1103/PhysRevLett.111.227201

Oásis artificial pode ser início de "floresta no deserto"

Floresta no deserto vai começar com oásis artificial

Se o projeto-piloto for bem-sucedido, a ideia é converter áreas desérticas inteiras em verdadeiras "florestas". [Imagem: Sahara Forest Project]
Pesquisadores ingleses e noruegueses acreditam já dispor de toda a tecnologia necessária para que os oásis no deserto deixem de ser apenas miragens.
A Fundação Bellona, financiada pelo governo da Noruega, acaba de obter autorização do governo da Jordânia para construir o primeiro protótipo de um oásis high-tech.
Floresta no deserto
Sob o pretensioso nome de Projeto Floresta no Saara, a fundação começará, em 2012, a construir seu primeiro oásis, em um terreno de 200.000 metros quadrados, em Aqaba, próximo ao Mar Vermelho.
Se o projeto-piloto for bem-sucedido, a ideia é converter áreas desérticas inteiras em verdadeiras "florestas", fundamentadas na alta tecnologia e no aproveitamento dos recursos naturais.
Joakim Hauge, coordenador do projeto, afirma que a ideia é tirar proveito da abundância que o mundo tem de luz do Sol, água do mar, dióxido de carbono e terras áridas.
"Esses recursos podem ser usados para a produção lucrativa e sustentável de comida, água e energia renovável, ao mesmo tempo combatendo o efeito estufa ligando o CO2 a novas vegetações em áreas áridas," diz ele.
Floresta no deserto vai começar com oásis artificial
Existem várias técnicas de fotobiorreatores para o cultivo de algas, incluindo lagos, tubos e sacos plásticos. [Imagem: Sahara Forest Project/RWE]
Oásis artificial
O oásis artificial será formado por uma usina termossolar - que usa o calor do Sol para gerar energia, e não o efeito fotovoltaico das células solares - e de uma estufa "alimentada" por água salgada.
Esta estufa de água salgada, cujo funcionamento já foi atestado em projetos-piloto em pequena escala, será usada para cultivar vegetais para alimentação e algas para produzircombustíveis.
Inicialmente, o ar que entra na estufa é resfriado e umidificado pela água bombeada do Mar Vermelho, criando condições propícias para o crescimento das plantas.
O ar interior chega então ao segundo evaporador, onde circula entre canos contendo água salgada quente - aquecida pelo Sol. O ar quente e úmido resultante será dirigido para uma série de canos verticais contendo a água do mar que saiu do primeiro evaporador.
Esse encontro causará a condensação de água doce do ar, que escorrerá pelos canos até coletores instalados em sua base.
Esse ambiente quente e úmido permite que os vegetais cresçam com um mínimo de irrigação.
Ciclo da água doce
Começa então o ciclo da água doce no interior do oásis: ela será inicialmente aquecida por uma usina termossolar, transformando-se em vapor que irá fazer girar uma turbina para gerar eletricidade.
A eletricidade será usada para alimentar as bombas que captam a água do mar e os ventiladores que farão o ar circular dentro da estufa.
O calor excedente - presente na água doce que sai da turbina - será usado para produzir água potável por meio da dessalinização.
Novamente resfriada, a água doce finalmente servirá para irrigar as plantas do oásis artificial.
Paralelamente, fotobiorreatores poderão usados para cultivar algas, embora sua utilização dependa da conexão com outros parceiros da cadeia produtiva. Além de servirem como alimentos, as algas podem render mais biodiesel que qualquer planta.
Floresta no deserto vai começar com oásis artificial
A estufa também afeta o ambiente externo, havendo a possibilidade de que se criem condições até mesmo para a re-vegetação da área à sua volta. [Imagem: Sahara Forest Project]
Ciclo hidrológico artificial
O processo é na realidade uma imitação do ciclo hidrológico natural, onde a água do mar aquecida pelo Sol se evapora, resfria para formar as nuvens e volta para o solo, na forma de chuva, neblina ou orvalho.
O consumo de eletricidade é pequeno, uma vez que o trabalho termodinâmico de resfriamento e destilação é feito pelo Sol e pelo vento - 1 kW de energia elétrica usado para bombear a água do mar pode remover até 800 kW de calor por meio da evaporação.
E como a energia só é necessária durante as horas quentes do dia, todo o processo pode ser alimentado por energia solar, sem a necessidade de baterias ou outros sistemas de armazenamento. Isto permite que os oásis artificiais sejam instalados em áreas remotas, sem ligação com redes de energia.
A estufa também afeta o ambiente externo, havendo a possibilidade de que se criem condições até mesmo para a re-vegetação da área à sua volta.
Isto porque o processo evapora mais água do que condensa em água doce. Essa umidade é "perdida" devido à forte ventilação necessária para manter as plantas frias e supridas com o CO2 necessário. Ao atingir o ambiente externo, fora da estufa, o ar úmido pode ser usado para iniciar plantações no ambiente natural.
A concepção do oásis artificial é um trabalho conjunto das empresas britânicas Max Fordham Consulting Engineers, Seawater Greenhouse e Exploration Architecture.

Metal trincado cicatriza sozinho

Metal trincado cicatriza sozinho
Os grânulos da microestrutura cristalina do níquel migram pelas bordas para fechar a trinca. [Imagem: Guoqiang Xu/Michael Demkowicz]
Cura metálica
Foi um resultado tão inesperado que Guoqiang Xu e Michael Demkowicz, do MIT, nos Estados Unidos, inicialmente pensaram que se tratava de um erro nos seus experimentos.
Quando eles pegaram um pedaço de metal previamente trincado e o colocaram sob tensão - isto é, aplicaram uma força capaz de separá-lo em dois pedaços - o efeito verificado foi justamente o contrário, fazendo com que a fenda se fechasse e as duas extremidades voltassem a se fundir.
"Nós tivemos que voltar e verificar quando, em vez de aumentar [a rachadura], ela começou a se fechar. Primeiro, descobrimos que, na verdade, nada havia de errado. A próxima pergunta foi: 'Porque isso está acontecendo?', conta Demkowicz.
O resultado surpreendente, agora já devidamente esclarecido, poderá permitircriar  peças metálicas que se autoconsertem, reparando danos nos estágios iniciais, antes que eles tenham a chance de se espalhar e ameaçar a estruturainteira.
Disclinação
A explicação do ocorrido está em um fenômeno conhecido como disclinação, quando grânulos da microestrutura cristalina de um metal interagem com uma trinca, deslocando-se pelo metal.
"Nós descobrimos que há um mecanismo que pode, em princípio, fechar rachaduras sob qualquer tensão aplicada," garante Demkowicz.
A maioria dos metais - o experimento foi feito com níquel, usado para fabricar as chamadas superligas - é formada por minúsculos grãos cristalinos cujos tamanhos e orientações podem afetar a resistência e outras características do material.
O que a dupla descobriu é que, sob certas condições, o estresse mecânico "faz com que a microestrutura mude: ela pode fazer os grânulos do contorno migrarem. Essa migração dos grânulos do contorno é a chave para a cura da trinca," explica Demkowicz.
Tendo descoberto e elucidado o mecanismo, os pesquisadores planejam agora estudar como criar ligas metálicas de tal forma que eventuais rachaduras fechem-se sob cargas típicas de aplicações específicas.
Já existem técnicas para controlar a microestrutura das ligas metálicas, de forma que parece ser apenas uma questão de descobrir como alcançar um resultado específico.
Bibliografia:

Healing of Nanocracks by Disclinations
Guoqiang Xu, Michael J. Demkowicz
Physical Review Letters
Vol.: 111, 145501
DOI: 10.1103/PhysRevLett.111.145501

Desindustrializado, Brasil vira exportador de "água virtual"

Com informações da Agência USP - 09/01/2014
As commodities agrícolas estão entre os principais itens de exportação do Brasil. A produção é tão elevada que se estima, atualmente, que a agricultura responde por mais de um quarto do PIB nacional.
Porém, há um novo elemento, de abundante quantidade no País, que vem sendo muito bem cotado no mercado internacional e a China, um dos maiores clientes de nossas riquezas, já desponta como um dos grandes mercados para este antigo, porém valioso produto.
Esse elemento é a água!


O Brasil é hoje um dos maiores exportadores globais de "água virtual", conceito criado para explicar a quantidade de água empregada para produzir um produto em um determinado local, porém destinado para outra localidade, criando assim um fluxo virtual entre os países.
"A China adotou uma política de aumentar as importações de culturas de elevado uso de água, como a soja, o que reduz a demanda de água na Ásia, mas aumenta a dependência de quem produz mercadorias que necessitam de irrigação no Mato Grosso", explica Maria Victória Ramos Ballester, professora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba.

Para países situados em regiões que sofrem com escassez hídrica, o comércio de água virtual é atraente e benéfico. "Por meio da importação de mercadorias que consomem muita água durante seu processo produtivo, nações, estados e municípios podem aliviar as pressões que sofrem sobre suas próprias fontes", esclarece a professora. "Quando um produto, seja ele qual for, é comercializado entre países, estados ou municípios, entende-se que a água utilizada em seu processo fabril também foi exportada", completa.
Água do Alto Xingu
Ao longo das últimas quatro décadas, o Alto Xingu sofreu um processo de desmatamento em larga escala, impulsionado principalmente pela intensificação da criação de gado e lavouras.
Nos últimos vinte anos, a crescente demanda mundial por carne tem alimentado a expansão das áreas de cultivo na região, especialmente a soja para a alimentação animal. "As exportações de soja aumentaram e deslocaram-se da Europa, que era o principal mercado de destino em 2000, para a China, que hoje se tornou o maior importador de soja de Mato Grosso".
As tendências de crescimento populacional na Ásia indicam que esse comércio de água virtual se tornará ainda mais estratégico para a segurança hídrica dos países da região, principalmente a China.
Os pesquisadores do projeto do Cena pretendem avaliar o consumo de água da cultura de soja e sua eficiência, já que os recursos hídricos subterrâneos no Alto Xingu estão entre os menos explorados do planeta, o que sugere que a futura intensificação da agricultura pode recorrer a essa região para explorar ainda mais seus recursos para irrigação.
"Enquanto a água virtual, relacionada com as exportações de soja do Mato Grosso, está ajudando a subsidiar a segurança alimentar e hídrica na China, existem inúmeras demandas conflitantes de água dentro da bacia do Alto Xingu", conclui a professora.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A MULHER QUE LÊ!!!

       Um casal sai de férias para um hotel-fazenda...

       O homem gosta de pescar e a mulher gosta de ler.


       Numa manhã, o marido volta depois de horas pescando e resolve tirar uma soneca.


       Apesar de não conhecer bem o lago, a mulher decide pegar o barco do marido e ler no lago.
       Ela navega um pouco, ancora e continua lendo seu livro.


       Chega um tenente da guarda ambiental do parque em seu barco, para ao lado da mulher e fala:
       - Bom dia madame. O que está fazendo?
       - Lendo um livro, responde. (Pensando: será que não é óbvio?)
       - A senhora está em uma área restrita em que a pesca é proibida, informa.
       - Sinto muito tenente, mas não estou pescando, estou lendo.


       - Sim, mas, a senhora tem todo o equipamento de pesca. Pelo que sei a senhora pode começar a qualquer momento.


       Se não sair daí imediatamente terei de multá-la e processá-la.


       - Se o senhor fizer isso terei que acusá-lo de assédio sexual.


       - Mas eu nem sequer a toquei,diz o tenente da guarda ambiental.


       - É verdade, mas o senhor tem todo o equipamento. Pelo que sei, pode começar a qualquer momento!


       - Tenha um bom dia madame - diz ele e vai embora.


       Moral da história:


       "Nunca discuta com uma mulher que lê, pois certamente, ela pensa!"

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

No Chile - Árvores solares de LED carregam celulares e iluminam locais públicos

Com objetivo de popularizar o uso de energias limpas, um grupo de empresários chilenos desenvolveu as árvores solares de LED, que utilizam os raios de sol para carregar celulares e iluminar ruas, praças e outros locais públicos, colaborando para o aumento da segurança nas cidades. 

Os equipamentos foram inspirados no formato das árvores, cujas folhas foram substituídas por painéis fotovoltaicos tridimensionais, capazes de produzir até 20% a mais de eletricidade do que as placas solares comuns.

Projetadas pela empresa chilena Tuboled, as árvores solares produzem a energia limpa por meio dos painéis de alto desempenho, e as pessoas podem encaixar seus celulares, tablets, notebooks e outros gadgets nas entradas USB disponíveis no equipamento. 

“Trata-se de um projeto que pode ser útil para as pessoas, oferecendo um local para relaxarem em meio às cidades ou para recarregarem seus celulares quando for necessário. O melhor é que tudo isso acontece gratuitamente, uma vez que o sistema utiliza a energia fornecida pelo sol”, explicou ao site Veoverdeo gerente geral da Tuboled, Carlos Arias.

Quando chega a noite, as “folhas” de cada árvore já acumularam eletricidade o suficiente para acender os módulos de LED, que se integram ao sistema de iluminação pública da cidade, com mais eficiência e gastos mínimos. “Esta tecnologia vai muito além de simplesmente iluminar uma praça”, anima-se o gerente geral da empresa, que, inclusive, já faz negociações de instalações no Brasil.

Uma das vantagens das árvores solares é levar energia limpa aos locais mais afastados por custos mais baratos que a rede elétrica convencional. Produzidos com material ultrarresistente, os sistemas de aproveitamento da luz do sol não requerem manutenção – precisam apenas ser limpos uma vez por ano, e têm durabilidade estimada em dez anos.

Equipamentos com a mesma função das árvores solares já foram instalados em outras partes do mundo. No ano passado, a praia de Atlântida, no Rio Grande do Sul, recebeu dois guarda-sóis fotovoltaicos, que carregaram os celulares dos banhistas, mas a iniciativa durou apenas dois dias.

 Como importante ferramenta de desenvolvimento sustentável, a árvore solar também poderá ser usada no futuro para abastecer veículos elétricos.

Redação CicloVivo

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Tom Zé No Tribunal do Feicebuqui

Tom Zé e o Tribunal do Feicebuqui — depois do comercial da Coca-Cola, um álbum para responder às críticas

Por Anna Carolina Lementy - 22 de abril de 2013
tom zé
Tom Zé gravou um disco para responder às críticas à participação no comercial da Coca-Cola/ Foto: Ana Clara MJ/ Reprodução Facebook Tom Zé
Há apenas duas horas, Tom Zé deu a melhor resposta às críticas que nasceram de sua participação em um comercial da Coca-Cola: fez música. Ou melhor, um álbum inteiro, batizado de “Tribunal do Feicebuqui”. A faixa mais emblemática é “Tom Zé Mané”. Começa com o característico barulhinho que os computadores com sistema Windows fazem quando são ligados. Vibrante, cantada em coro e rap, aponta que “Tio Sam baixou em Sampa” e que Tom Zé é um americanizado que quer bancar Carmen Miranda. Ou o príncipe que virou sapo. Diz um trecho cantado por Emicida: “Defenda-se já no Tribunal do Feicebuqui. A nossa súplica: que é que custava morrer de fome só pra fazer música?”.
tom zé tribunal do feicebuqui
A arte do novo álbum, “Tribunal do Feicebuqui”/ Foto: Reprodução Facebook Tom Zé
Além de Emicida, o novo disco, com cinco faixas até o momento, conta com as participações de Daniel Maia, Filarmônica de Pasárgada, Tatá Aeroplano, O Terno e Trupe Chá de Boldo, citados como padrinhos da obra pelo artista. A paternidade é do crítico de música Marcus Preto; a parteira é Neusa Martins e a assistente, Tania Lopes.
O disco na íntegra deve ser lançado em julho ou agosto, em Irará, na Bahia, onde Tom Zé pretende entregar o cheque com o cachê da Coca-Cola a Diógenes Barbosa, presidente da Lítero Musical 25 de Dezembro, a banda de música de Irará, a qual faltam recursos, conforme conta no material de divulgação do álbum.
O novo trabalho pode ser baixado no site oficial do Tom Zé. Está em um banner no topo da página. O link permite o download das cinco novas músicas e de um PDF com as respectivas letras e a “certidão de nascimento” do “Tribunal do Feicebuqui”, “o filho do coca-colismo espermatizado pelos amigos do Tom Zé”.
Com uma ironia fina e o selo Tom Zé de qualidade musical, é de saída uma obra que propõe refletir sobre algo que todo mundo que está conectado reconhece: o poder das redes sociais de sacramentar o que é bom ou ruim. De massacrar ou celebrar. Com a autoridade do réu, Tom Zé não se defende. Prefere sublinhar os múltiplos “crimes” que cometeu. Quem decide se ele é culpado ou inocente é você.
O site “Trabalho Sujo” já colocou uma das faixas no Soundcloud. Ouça agora:
Dá uma olhada na letra de “Tribunal do Feicebuqui”
Composição: Marcelo Segreto / Gustavo Galo / Tatá Aeroplano / Emicida
Tom Zé mané
Baixou o tom
Baba baby
Bebe e baba
Velho babão
Tom Zé bundão
Baixou o tom
Baba baby
Bebe e baba
Mané babão
Seu americanizado
Quer bancar Carmen Miranda
Rebentou o botão da calça
Tio Sam baixou em sampa
Vendido, vendido, vendido!
A preço de banana
Já não olha mais pro samba
Tá estudando propaganda
Que decepção
Traidor, mudou de lado
Corrompido, mentiroso
Seu sorriso engarrafado
Não ouço mais, eu não gostei do papo
Pra mim é o príncipe que virou sapo
Onde já se viu? Refrigerante! E agora é a Madalena arrependida com conservantes
Bruxo, descobrimos seu truque
Defenda-se já
No tribunal do Feicebuqui
A súplica:
Que é que custava morrer de fome só pra fazer música?